Possui licenciatura em PEDAGOGIA (2001) e em LETRAS- LINGUA PORTUGUESA (2008) pela Universidade Estadual do Maranhão .É especialista em Ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa pela CAPEM-Faculdade Santa Fé, e Tutoria em Educação telepresencial pela Universidade Estadual do Maranhão. Atualmente, pós-graduanda em Educação Moderna pela PUC – RS, Recursos Gramaticais para Revisão Textual (Unyleya) e bacharelanda em Letras (UNINTER). Atua como professora de Língua Portuguesa, Literatura e Produção Textual no Centro Educa Mais Kiola Costa ,em São Bento -MA. É professora há 24 anos, já tendo lecionando nas escolas Antônio Dias, Piamarta, Dom Francisco, CEMP Newton Bello Filho, Escola Técnica e Escola Normal . Em 2010,atuou como coordenadora de cursos de pós- graduação, pólo São Bento, da Faculdade FAMA (atual PITÁGORAS).Já participou de banca examinadora da Universidade Estadual do Maranhão- UEMA , campus São Bento. Atuou também como professora de cursinho pré-vestibular/concurso, cujo desempenho lhe conferiu também a aprovação em 1º lugar de concurso público municipal (2004). Ministrou oficinas de leitura e redação pelo Centro de Fomento do Viva Cidadão, na cidade de São Bento.

DISCURSO DE POSSE

Ilmo. Sr. Presidente da Academia Sambentuense de Artes e Letras, dr. Álvaro Urubatan Melo, em seu nome saúdo as autoridades que compõem a mesa diretiva desta solene assembleia;
Senhores confrades e Senhoras confreiras, membros desta casa, e aos demais convidados.
Senhoras e senhores, boa noite!

Antes e primeiro que tudo, quero agradecer a Deus, senhor da nossa vida, e a vós por me aceitarem. Reporto-me especialmente à minha mãe, que está aqui neste auditório, uma mulher guerreira de cuja honra eu me orgulho muito, não só pela pessoa quem é mas também por desde cedo ensinar-me princípios tão valorosos como ser humano, além de muito cedo ter a vocação e a ousadia de me colocar para estudar. Minha mãe, dedico este momento à senhora. Eu te amo!
Agradeço também e especialmente à confreira e amiga para a vida, Miriam Angelim, cuja amizade não sou capaz de valorar, pois é inestimável. Agradeço ao presidente Álvaro Melo, meu querido amigo de longas datas. Vocês dois são responsáveis por este momento, pelo incansável incentivo a mim. Eu que não nutria a pretensão de participar desta ilustre casa, pois pensava não possuir méritos suficientes para uma pretensa filiação, estou deveras, muito feliz, pois entendo que ocupar uma cadeira nesta instituição é gozar de uma honra advinda de um exercício literário, acadêmico, científico e por que não popular?!
Este é um cenário especial, tomado por um misto de emoção, gosto e prazer.
Assim, esta Academia é constituída: de “intelectuais e escritores das mais diversas ocupações”, tal como são as outras, inclusive a original: a de Platão – fundada em 387 a. C., próxima a Atenas -, dedicada às musas, pretendia reunir contribuições de diversos campos do saber.
A Academia Sambentuense de Artes e Letras não fugiu a essa regra. Ao longo dos seus 19 anos de existência, conseguiu reunir, entre seus membros, autores que contribuíram e contribuem para a formação da literatura e das artes são-bentuenses. Afinal, a chave para a compreensão de uma sociedade encontra-se num complexo terreno das ações e realizações do ser humano, nas experiências de cada grupo social e de cada povo, nas suas relações materiais e em toda a sua produção cultural. Tudo é importante.
Como dizia Humberto de Campos Veras, consagrado jornalista, escritor, político e membro da Academia Brasileira de Letras:
“O homem não faz senão escrever, com as letras de seus atos e os períodos de sua vida, na direção riscada pelo dedo poderoso do destino”. Atrevo-me aqui a substituir a palavra “destino” e dizer …” O homem não faz senão escrever, com as letras de seus atos e os períodos de sua vida, na direção riscada pelo dedo poderoso de Deus.”
Durante todas as etapas de minha formação, desde o primário, a literatura e o interesse pelas letras sempre se fizeram presentes, marcados pelo incentivo, exemplos e ensinamentos de vários professores, que deixo de nomeá-los, para não cometer injustiças.
Como professora de Língua Portuguesa, minha trajetória começou cedo, aos 18 anos, quando me deparei com uma turma de 7º ano do ensino fundamental, na Escola Antônio Dias, hoje Colégio Militar 2 de julho. Recordo-me de minhas pernas trêmulas e coração ansioso diante de tamanha responsabilidade: a de ensinar. E na minha inexperiência, não me dava conta, naquele momento, de que ser professor está para muito além de conteúdos gramaticais. É sobre princípios, valores, vida.
Ensinou Henry Adams: “O professor se liga à eternidade; ele nunca sabe onde cessa a sua influência.”
Assim, nestes 24 anos de docência, tenho aprendido a cada dia, a cada nova turma, a cada novo estudante que conheço. Sonhos, expectativas, frustrações, recomeços, sucessos. Assim é a vida de uma professora apaixonada pelo universo das letras e por pessoas.
Trazer aos jovens novas possibilidades de pensar, sentir, compreender, inserir-se, identificar-se no universo das letras e da literatura sempre foi a essência do meu fazer em sala de aula. E quantos talentos eu descubro a cada dia nesses jovens estudantes, nessa avidez de viver.
Trago este encantamento, ciente da responsabilidade que agora me é concedida mas estou pronta para aprender e com ética e dinamismo desempenhar um bom trabalho em prol da Cultura Literária São-bentuense
Ao ocupar a cadeira de nº 23, tenho por Patrono o ilustríssimo Dr. Raimundo Matos Serrão, e como fundadora a professora Terezinha de Jesus Penha Abreu. Nomes estes que se impuseram às gerações pela inteligência e cultura apurada e se imortalizaram.

Dr. Raimundo Matos Serrão nasceu em São Bento, a 18 de março de 1914, e faleceu em 2005. Filho do casal José Alves Serrão e Torquata de Matos Serrão (Cati). Neto paterno de Vicente Alves Serrão e Hermínia Leite Serra, Materno de Francisca Leocádia Alves Serra. Bacharelou-se primeiramente em Farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Maranhão, graduado em Medicina em 8 de dezembro de 1942, pela Faculdade Nacional de Medicina da UB – Rio de Janeiro, ano em que concluiu cursos complementares de Física Médica, Obstetrícia de Urgência e Operações Obstétricas.
Depois trabalhou na Clínica Cirúrgica da Policlínica de Botafogo e na Casa de Saúde Dr. Eiras e ensinava Química Orgânica e Biológica na Faculdade de Farmácia do Rio de Janeiro, em Niterói. Retornou para S. Luís em 1944, atuando em várias instituições e hospitais. Famoso pela sua excentricidade, atendia em uma das salas do Edifício João Goulart e elegeu o Hospital Geral como prioritário para suas cirurgias. Chefe da clínica pediátrica do Departamento da Criança, superintendente médico do IAPC, diretor do Hospital Infantil, diretor do Hospital Geral, médico de Higiene Pré-natal e Obstetrícia do LBA, colaborador do Projeto Rondon, diretor do Serviço Profissional de Medicina do Maranhão. Entre 1944 e 1968 atuou no magistério como professor assistente de Botânica Aplicada à Farmácia, de Química Analítica e Química Orgânica e Biológica na Faculdade de Farmácia, professor de Bioquímica na Faculdade de Enfermagem, de Fundamentos Biológicos no Curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia/MA, catedrático de Farmacologia e professor substituto de Física Biológica da Faculdade Médicas do Maranhão. Integrou a comissão de instalação da Faculdade de Medicina no Maranhão, membro fundador da Escola de Enfermagem São Francisco. Membro do Conselho de Educação do Maranhão, vários mandatos. Seu pai foi prefeito em São Bento.

Como fundadora, a professora e médica Terezinha de Jesus Penha Abreu foi nascida a 21 de outubro de 1941. Sobre a sua formação escolar, concluiu o primário no Grupo Escolar Alberto Pinheiro (São Luís). Secundário na Escola Normal e cientifico no Liceu Maranhense. O Superior, em Ciências Médicas, pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com residência Médica no Estado do Rio de Janeiro. Foi funcionária pública estadual, lotada na Secretaria de Saúde. Como médica, dirigiu as Unidades Mistas Municipais do Bequimão, o Hospital Universitário, o Socorrão 1 – Djalma Marques e Secretária Adjunta da Secretaria de Saúde de São Luís, cuja pasta assumiu como titular, além de professora titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Cidadã de São Luís e membro efetivo da Academia Maranhense de Medicina. Poeta e militante política foi eleita e empossada na Academia Sambentuense aos 18 dias de abril de 2002.
Meus caros senhores, senhoras e autoridades.
Neste momento marcado pela honra, alegria e emoção por integrar a Academia Sambentuense de Artes e Letras, assumindo a tão honrosa cadeira de nº 23, coloco-me à disposição para contribuir, humildemente, mas com muito zelo pelo seu engrandecimento, preservando seus valores e reforçando os pilares da sua história.
A todos o meu reconhecimento e minha gratidão e rogo ao bondoso Deus, que nos ilumine e nos proteja.

Muito obrigada!