Emílio Lobato Azevedo


    

     Filho de Américo Gonçalves Azevedo e dona Maria Eugênia Padilha Lobato. Neto materno de Miguel Huascar Lobato. Descendente  de tradicionais famílias: pelo lado paterno, destacam-se como expoentes máximos da cultura brasileira, seus tios Artur Nabatino de Azevedo e o escritor fotógrafo Aluízio de Azevedo. Pela linha materna, umas das mais antigas de São Bento,  sobressaíram os drs. Raimundo Clementino Lobato, deputado provincial, conselheiro geral do Maranhão, desembargador, delegado de Polícia e governador do Estado; dr. João Clímaco Lobato, primeiro Juiz municipal de São Bento, escritor, autor do primeiro romance publicado no Maranhão, teatrólogo;  arcediago e deputado provincial Antônio Lobato Araújo, professor Opílio Justino Lobato, Capitão Carlos Guilherme Lobato, Felipe Antônio Lobato Padilha, Atahualpa Franklin Lobato, dona Ana Lourenço Padilha,  Luís Raimundo Leite Lobato, Luís Francisco Lobato Padilha, dona Maria Amália Lobato, dona Mariana Vitória Lobato, Waldemiro Lobato Viana e outros que ocuparam elevadas posições no município, respeitados  proprietários rurais, renomados fazendeiros e donos de engenhos.
        Fez os estudos primários em São Bento, no Grupo Escolar e, provavelmente, teve por professor o primo Luís Lobato Viana. O secundário, fê-lo em Belém, no Ginásio Paes de Carvalho. O jornalismo foi a sua primeira paixão.  Cedo começou  como assíduo colaborador do hebdomadário sambentuense o Imparcial, no qual publicou seus primeiros trabalhos literários. Continuou como revisor do jornal Pacotilha, órgão fundado por Vitor Lobato,  seu tio materno. Militou em  A Hora e o Diário de São Luís.   Ingressou no serviço público, com a nomeação de datilógrafo do Gabinete da Fazenda. Depois foi promovido  coletor de rendas do Estado. Casou-se civil e religiosamente em São Bento, no dia 16 de dezembro de 1927, com a prendada senhorita Maria José Costa Leite, filha de outra antiga e ilustrada família do município, de afamados vultos. Coletor Estadual com passagem em muitos municípios  foi, em 1940, membro da Comissão de Redação da Conferência de Exatores. Em 1941, promovido por merecimento foi designado para  Coroatá e lá residindo, participou da eleição para deputado constituinte, pelo Partido Proletário Brasileiro e obteve a excelente votação de novecentos e vinte quatro sufrágios, dos quais sete em São Bento, onde disputaram mais seis filhos da terra. Pela forte concorrência dentro de sua agremiação, ficou na suplência, ressaltando que teve mais votos do que outros eleitos por outras legendas que se elegeram até com oitocentos ditos. Naquele município, elegeu-se prefeito no ano seguinte (25.12.1947), pela legenda do Partido Social rabalhista, com mil, cento e onze  votos, dois a mais do que seu vice, o  Sr.   Leodegário Jansen Ferreira. Homem sem ambições pessoais rejeitou o convite do  Governador Newton de Barros Bello para ser fiscal de rendas,  aceitando-o, posteriormente, por insistência desse seu conterrâneo e amigo.  O notável irreverente e satírico poeta que lembra o outro Emílio com uma volumosa e qualificada produção literária, independente  da responsabilidade do nome familiar, porém, autêntico representante cultural dos Lobato/Azevedo, foi com inteira justiça  eleito em 27 de julho de 1973, imortal da Academia Maranhense de Letras, para a Cadeira n.º 19, patroneada por Teófilo Dias, fundada por Maranhão Sobrinho. Tomou posse em 28 de setembro de 1973. Ninguém melhor para abrir-lhe a porta do sodalício de Antônio Lobo e apontar-lhe a Cadeira conquistada do que  Fernando Ribamar Viana, a quem solicito que lá do merecido  eterno reino, permita-me transcrever trechos do discurso de boas-vindas:
                     Sim! Emilio Lobato Azevedo, meu primo pelo lado materno, é concomitantemente, meu irmão de quimeras e ilusões, companheiro de prisão, nos cárceres do Verso, sonhadores que somos das miragens com que fantasiamos a crua realidade dos desertos da vida...
                     Como poeta, Emilio verseja ao sabor antigo, naquela mesma concepção poética que ergueu, bem alto, para o louvor e a admiração de todos os brasileiros, os nomes de Bilac, Cruz e Sousa, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia,  Da Costa e Silva, Maranhão Sobrinho, Vespasiano Ramos, Olegário Mariano, Raul de Leoni, Moacir de Almeida e – por que não dizê-lo? – o desse mais autêntico dos nossos românticos, o lacrimoso Casimiro de Abreu.
                     Dos seus trabalhos, publicados na imprensa, inclusive Imparcial de São Bento, maioria sonetos, reuniu no livro intitulado “Canto do Cisne Vereda”.
.              Faleceu em 21 de dezembro de 1979 e o seu lugar na AML é ocupado merecidamente pelo seu brilhante filho, o cronista e poeta Américo Azevedo Neto. Patrono da Cadeira 24, da Academia Sambentuense, fundada pela professora Inazel de Oliveira Chagas.


Bibliografia / Discurso de Posse / Volta

  
 

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