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Festas Religiosas
O
espírito religioso da comunidade são-bentuense é sentimento
herdado dos nossos colonizadores
portugueses que
tinham por hábito erigir um oratório no local
apossado. Antes da criação da freguesia de São
Bento,
desmembrada da de São Matias, da vila de
Santo
Antônio de Alcântara, em 7 de novembro de 1805, o
povo do
arraial e redondezas participavam dos eventos
religiosos no oratório montado na fazenda
do
lavrador João Alvares Pinheiro, nosso primeiro
povoador,
situado na Praça Cônego Gregório Luís e Barros, conhecida
Praça
da Matriz.
Antes da nomeação pela carta
régia de 11 de Outubro de 1813, do primeiro vigário encomendado, frei
Manuel Justino Aires de Carvalho, sabe-se que as missas eram
celebradas pelo capelão frei José Aldeia da Mata e, casualmente, por
outros que peregrinavam pela ermida de São Bento do
Bacurituba e oratório de São Roque.
A
passagem de sacerdotes em visitas ou desobrigas era motivo de
júbilo. Já no século XIX, em 26 de Dezembro de
1816, ereta
a matriz do Sr. Bento, com anuência do frei Manuel
Justino,
o reverendo frei Alexandre Pedro dos Santos Mônica, sacerdote
da
Ordem Carmelitana da Antiga Regular Observância dos
Calçados da Vigarice do Grão-Pará batizou Saturnino
Alexandrino Soares de Melo.
A
edificação da nossa matriz contribuiu
substancialmente para
a rápida construções de moradias na praça e sua proximidade. Quando da
inauguração, conta-nos o romancista João Clímaco Lobato, em sua obra
Mistérios da Vila de São Bento que os ricos lavradores
mandavam
levantar barracas de pindobas, para aonde com antecedência chegavam com
suas famílias. Foram dias e noites de festas, ricos folguedos,
cavalgadas, danças e toques. Prática comum noutros
arraiais.
Festiva a primeira crisma, com a visita episcopal em 1830, por Dom
Marcos Antônio de Sousa. Repetiu-se em 1851, pelo ex-vigário da
freguesia, o ilustre são-bentuense cônego mestre escola Dom
Luís
Raimundo da Costa Leite. Em 1854, o primeiro missionário fazer a
pregação. Chamava-se Frei Lourenço da Mata Leone – o
“Barbadinho”.,
Eventos de grandes
motivações, as primeiras missas
celebradas pelos
padres são-bentuenses que se ordenavam, e foram
muitos. Documentável no ano de 1864, a do
padre
Carneiro a 16 de Junho; e padre Brito 24 de Julho.
A Semana Santa obedecia ao
completo rito romano, com fervorosa participação dos fiéis.
Das festas de arraial, as mais festejadas,
primeiramente
a de Nossa Senhora da Conceição, dia 8 de
dezembro.
Com o passar do tempo, a do padroeiro Sr. Bento tornou a mais
animada, coincidindo com o Natal, na celebração da Missa do Galo,
exatamente às 24 horas. Nos últimos anos, indelével
aos que
viveram, hoje são poucos, ocorreu em 1958, após a
chegada dos padres italianos. Com o apoio de Tomaz de Aquino
Pereira Choairy, das confrarias e do povo católico, alegres
novenas movimentadas com jogos lúdicos, cobertas
pela Voz
Paroquial, concurso de apelidos e de rainhas, encerradas com
o
ágape que lotou a área lateral sul da praça. Todo o variado
cardápio foi oferecido por famílias. Houve a Noite
dos
filhos, pais, operários, funcionários,
comerciantes,
criadores. Que escapou de contribuir, pelo menos uma vez?:
Os leilões eram ansiosamente esperados, com joias às mais diversas,
inclusive com gado bovino e suíno. A renda foi destinada a restauração
da igreja.
Não menos fervorosas as rezas e ladainhas
realizadas por particulares, em pagamento de promessas. Santa Luzia,
São Sebastião, São Lázaro com jantar para os cães.
Por: Álvaro Urubatan Melo (Váva Melo)
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